Assim como nós humanos, os gatos também estão suscetíveis ao desenvolvimento de algumas patologias, a exemplo de problemas nos rins – algo relativamente comum nesses animais.
A depender da gravidade da situação, o veterinário pode recomendar, por exemplo, a troca da ração seca pela úmida de lata ou em sachê para gatos. Tudo vai depender do quadro em que o animal se encontra.
Nesse sentido, o diagnóstico precoce é fundamental para garantir mais qualidade de vida ao bichano que sofre com esse tipo de problema. Mas, afinal de contas, por que os gatos costumam ter problemas renais? É o que você observa a seguir.
Gatos são mais propensos a problemas renais
Os rins são órgãos que funcionam como uma espécie de filtro dentro do organismo, removendo resíduos para fora do sangue e eliminando-os por meio da urina. Dentro deles, quem cumpre essa função de formar a urina são os chamados néfrons, considerados como as unidades funcionais dos rins.
Acontece que a quantidade de néfrons nos rins dos gatos é muito menor, especialmente quando comparados aos dos cães e até mesmo nós, humanos. Estima-se que os gatos tenham em média 250 mil néfrons, ao passo que os cachorros têm aproximadamente 450 mil e os humanos mais de um milhão.
Para se ter uma ideia do quão comum é para os bichanos, há estudos que estimam que, a cada três gatos, pelo menos um terá problemas nos rins ao longo da vida. Essa menor quantidade de néfrons é uma característica que predispõe os gatos ao desenvolvimento de problemas renais, mas não só isso.
Há também o hábito de beber menos água, o envelhecimento natural do animal, uso inadequado de medicações, questões genéticas (raças como Abissínio, Azul Russo, Birmanês, Maine Coon, Persa, Ragdoll e Siamês são mais propensas ao quadro) e doenças inflamatórias (como pancreatite, leptospirose, leucemia felina e peritonite).
Identificando o problema
A identificação de um problema nos rins tende a ser um pouco mais complexa nos gatos, pois os sintomas costumam se assemelhar ao de outras patologias, como diabetes e hipertireoidismo. Por isso mesmo, o acompanhamento médico-veterinário deve ser feito com o máximo de rapidez.
Entre os sinais, podemos destacar: mudanças no apetite do animal, ingestão excessiva de água (polidipsia), volume exagerado de urina (poliúria), pelo sem brilho ou caindo em grande quantidade, perda de peso, letargia, sono excessivo, feridas na boca, mau hálito, diarreia, constipação, vômito e urina turva ou com sangue.
O diagnóstico é feito por meio de uma série de exames e testes laboratoriais, como análise da urina, hemograma completo, bioquímica do sangue, bem como ultrassonografia, radiografia e biópsia dos rins.
Tratamento e cuidados
De acordo com o quadro do animal, o profissional veterinário poderá definir o melhor tratamento. Em situações mais brandas e menos graves, por exemplo, a mudança alimentar feita em casa pode ser suficiente, geralmente usando a ração úmida no lugar da seca.
A maior disponibilidade de água fresca também é um cuidado que deve ser redobrado nessas situações – você pode deixar mais de um bebedouro disponível pela casa. Outra opção é a prescrição veterinária de rações específicas com menores níveis de fósforo, proteína e sódio para minimizar a sobrecarga nos rins.
É possível também que alguns medicamentos sejam prescritos para o controle dos sintomas relativos à insuficiência renal, como alta pressão sanguínea, desequilíbrio eletrolítico e mineral, deficiência hormonal e náuseas. Em casos mais graves, o tratamento indicado pode ser a internação, com aplicação de soro intravenoso.
Uma dica para melhorar a ingestão de água e prevenir problemas nos rins é mesclar o uso da ração seca com a úmida. Isso porque enquanto a primeira tem apenas 10% de água em sua composição, a segunda tem cerca de 80%, fazendo com que a necessidade diária relativa à hidratação do animal seja facilmente atendida.