Prêmio de inovação médica reconhece avanços no campo da saúde

Durante o auge da pandemia de covid-19, muitas pessoas conseguiram reconhecer o valor dos profissionais da área da saúde. Médicos e enfermeiros arriscaram a própria vida para manter a população em segurança e diminuir as chances de mortalidade daqueles que foram infectados pelo vírus, que ainda está em circulação, mas mantém um nível de internação e óbitos muito inferiores.

Além da covid-19, a área da saúde enfrentou e enfrenta problemas mais antigos, que acompanham ainda a atual situação de muitos hospitais, principalmente os públicos. Há falta de investimento em equipamentos, infraestrutura e remuneração aos profissionais, que precisam, muitas vezes, trabalhar em meio à falta de ferramentas e medicamentos.

O Prêmio Dasa de Inovação Médica, com a curadoria de Veja Saúde, está na sua quinta edição e busca homenagear médicos, enfermeiros, hospitais e técnicas que visam maior tecnologia, por exemplo, sistema virtual para clínicas. Nos tópicos abaixo, conheça mais sobre o prêmio e as categorias.

Inovação em Genômica

O teste do pezinho é um dos grandes coringas do sistema brasileiro de saúde, pois detecta doenças em recém-nascidos e permite que os médicos tratem qualquer patologia desde o início, o que não é um tipo de serviço oferecido em muitos países, principalmente da forma gratuita como ocorre no SUS.

Apesar de ser muito conhecido, não são todos os brasileiros que entendem como o teste do pezinho funciona. Através de uma pequena amostra de sangue tirada de um dos pés do bêbe, o exame serve para detectar doenças como fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.

Em 2022, o teste do pezinho ganhou mais destaque porque ficou mais tecnológico com o uso da inteligência artificial que estuda, através de biópsias, doenças futuras, além das existentes. O exame pode detectar perda de audição ainda na fase da infância da criança. Por isso, o teste do pezinho ganhou na categoria de Inovação em Genômica.

Inovação em Medicina Diagnóstica

Nessa categoria, os avanços tecnológicos também tiveram destaque. O uso da inteligência artificial está ganhando muito espaço dentro e fora do campo da ciência. Em medicina diagnóstica, a IA ajudou a aperfeiçoar as análises anatomopatológicas de tecidos extraídos em biópsias.

Algumas pessoas confundem os exames de biópsias e de anatomopatológicas. A diferença entre as duas é que as biópsias são fragmentos retirados de lesões que não são consideradas comuns, por exemplo, infecções e até suspeita de câncer, principalmente o de pele.

A análise anatomopatológica é um tipo mais específico, capaz de analisar células ou até fragmentos menores que seriam retirados em um exame comum de biópsia.

Inovação em tratamento

Com foco em mulheres que estão passando por tratamento contra o câncer, principalmente através da radioterapia, o tratamento preserva a fertilidade das mulheres, que tem como uma das principais queixas a baixa líbido e as poucas chances de engravidar após o tratamento contra o câncer.

O tratamento, que foi liderado por um médico paranaense, passa por duas etapas: a primeira transpõe o útero de lugar, apenas durante a radioterapia, para que a radiação não afete o órgão e diminua a fertilidade. Depois, o útero é recolocado no lugar original.

Todas as categorias têm como objetivo homenagear os profissionais brasileiros da área da saúde. Além de trabalhar para um sistema melhor, visando uma vida mais saudável à população, as inovações também devem ser acessíveis, ou seja, precisam estar disponíveis no SUS. Um dos requisitos, além da inovação e do avanço tecnológico, também precisa ter o critério social, uma forma de também incluir todos os brasileiros nas inovações dos exames e tratamentos.