Osteoartrite unicompartimental medial: indicações e tratamento

Se a dor no seu joelho está localizada no lado interno e piora ao caminhar, você pode estar lidando com osteoartrite restrita a um compartimento do joelho.

A osteoartrite unicompartimental medial costuma afetar pessoas com desalinhamento em varo e desgaste da cartilagem apenas na região medial. Isso gera dor ao apoiar o peso, rigidez pela manhã e redução da distância que consegue caminhar.

Neste artigo eu explico, de forma prática, como identificar o problema, quando os tratamentos conservadores são suficientes e quando considerar procedimentos cirúrgicos como osteotomia ou prótese unicompartimental.

Vou incluir sinais clínicos, exames importantes e um passo a passo claro para decidir a melhor opção, com exemplos reais para facilitar a escolha.

O que é e por que ocorre

A Osteoartrite unicompartimental medial é a degeneração da cartilagem apenas do compartimento medial do joelho. Ou seja, o desgaste não atinge todo o joelho, apenas o lado interno.

Os principais fatores são alinhamento em varo, lesões antigas do ligamento cruzado anterior, sobrecarga por excesso de peso e idade. Nem todo joelho com desgaste medial precisa de cirurgia. A chave é avaliar a dor, a função e o progresso das lesões.

Sintomas comuns

  • Dor localizada: Desconforto no lado interno do joelho ao caminhar ou subir escadas.
  • Rigidez matinal: Dura alguns minutos e melhora com movimento.
  • Redução da função: Dificuldade para ficar agachado ou fazer pequenas caminhadas.
  • Deformidade: Notar que o joelho “inclina para dentro” pode indicar varo.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico começa com a história clínica e o exame físico. O médico avalia a amplitude de movimento, instabilidade e área da dor.

Exames de imagem ajudam a confirmar o diagnóstico. Raio X em pé mostra o grau de desgaste e o alinhamento. A ressonância magnética avalia a cartilagem e estruturas internas quando necessário.

Tratamento conservador: quando e como

Muitos casos iniciais respondem bem ao tratamento não cirúrgico. O objetivo é reduzir dor, melhorar função e adiar ou evitar cirurgia.

  1. Controle de peso: Perder 5 a 10% do peso corporal reduz carga no joelho.
  2. Fisioterapia: Fortalecimento do quadríceps e controle do alinhamento do passo.
  3. Órteses e joelheiras: Dispositivos que aliviam a carga no compartimento medial podem ser úteis.
  4. Medicação: Analgésicos e anti-inflamatórios quando necessário, com orientação médica.
  5. Infiltrações: Corticoide para alívio rápido da crise, ácido hialurônico ou outras opções conforme avaliação.

Indicações cirúrgicas

Segundo um especialista em prótese de joelho em Goiânia – GO, cirurgia é indicada quando tratamento conservador falha e a dor persiste, comprometendo atividades diárias. Também se indica quando há deformidade progressiva que aumenta a carga no compartimento medial.

As opções dependem da idade, nível de atividade, alinhamento do membro e integridade dos ligamentos.

Opções cirúrgicas principais

  • Osteotomia de tibia proximal: Reorienta o eixo do membro para transferir a carga ao compartimento lateral, indicada em pacientes mais jovens e ativos com varo corrigível.
  • Prótese Unicompartimental (UKA): Substitui apenas o compartimento medial por uma prótese, indicada quando o resto do joelho está preservado e o ligamento cruzado está íntegro.
  • Prótese total de joelho: Considerada quando há desgaste em mais de um compartimento ou quando há frustração com outras técnicas.

Como escolher entre osteotomia e prótese unicompartimental

Escolher depende de vários fatores e requer avaliação especializada.

  1. Idade e atividade: Pacientes jovens e ativos podem se beneficiar mais da osteotomia.
  2. Estado dos ligamentos: UKA exige ligamentos funcionais, especialmente o ligamento cruzado anterior.
  3. Grau de desgaste: Desgaste isolado ao compartimento medial favorece a UKA ou osteotomia, dependendo do alinhamento.
  4. Expectativa funcional: Quem quer retorno rápido às atividades sem limitações pode preferir UKA em casos selecionados.

Recuperação e expectativas

Em entrevista, o ortopedista Dr. Ulbiramar Correia destacou a importância da recuperação. A recuperação varia com o procedimento. Osteotomias exigem reabilitação que pode levar semanas a meses até retorno às atividades de impacto.

Prótese unicompartimental tende a ter recuperação mais rápida que prótese total, com dor menor e retorno precoce às atividades diárias. Ainda assim, é preciso fisioterapia e cuidado nas primeiras semanas.

Quando procurar um especialista

Se a dor no joelho limita suas atividades, não melhore com medidas simples em 6 a 12 semanas ou piora progressivamente, procure avaliação especializada. O especialista fará exames, planejará o tratamento e explicará riscos e benefícios.

Resumo prático

Para recapitular, a osteoartrite unicompartimental medial é o desgaste localizado no lado interno do joelho. Comece por medidas conservadoras: perda de peso, fisioterapia e órteses.

Se a dor continuar e houver deformidade, avalie opções cirúrgicas como osteotomia ou prótese unicompartimental. A escolha depende da idade, atividade, alinhamento e estado dos ligamentos.

Se você reconheceu sintomas aqui, procure avaliação médica e aplique as dicas iniciais: reduza carga, fortaleça as pernas e peça uma imagem de raio X em pé. Uma decisão informada melhora resultados.

Agende sua avaliação e aproveite para discutir se a osteoartrite unicompartimental medial no seu caso necessita tratamento cirúrgico ou conservador.